A GREVE CONTINUA – UNIFICAR PARA TRIUNFAR!
Serviço publico federal
Fonte: Nota da Unidos Pra Lutar - RJ
Após mais de dois meses de greve, o Governo não consegue controlar a verdadeira revolta nacional que acontece entre os servidores púbicos federais.

São greves e mais greves, sendo que a cada dia entra um novo setor. Os policiais rodoviários, a Polícia Federal, os técnicos da Receita, os hospitais federais, os Funcionários do Ministério das Relações Exteriores, e tantos outros, que inclusive, com seus salários minguados pelo criminoso corte de ponto, não recuam. Além disso, mobilizações e confrontos com a polícia que Dilma manda para reprimir continuam acontecendo, como a dos servidores do judiciário, e outros em Brasília.

Mas não se trata somente do setor público: categorias de enorme importância como correios, petroleiros ou bancários já entram em campanha salarial, sendo que em alguns setores já estão ocorrendo paralisações para preparar a greve que irão deflagrar nas próximas semanas.
Estamos num momento crucial, pois o governo endurece, aumenta o corte de ponto, faz ameaças, mas não amedronta os trabalhadores. Em plena Campanha Eleitoral, as greves não saem da pauta nacional, pelo contrário, estão no centro da cena. Com a crise da economia que aumenta, e com o processo do mensalão em curso, se evidencia um enfraquecimento e desgaste do governo como foi demonstrado nas pesquisas realizadas nas capitais do país, onde a greve tem mais peso e impacto.

Mas o que demonstra o real enfraquecimento do governo, é que as greves saíram à revelia das direções governistas e burocráticas da CUT, da CTB ou da Força Sindical. E sobre tudo, à revelia do governo e do PT, mostrando que uma nova geração de lutadores está surgindo e construindo as greves e mobilizações que percorrem o país de norte a sul, com coragem e uma força como fazia tempo que não se via.
Por isso é equivocado julgar a fortaleza do governo somente a partir das pesquisas e não da luta e da correlação de forças que está demonstrando esta poderosa greve, que passando por cima de todas as direções sindicais e políticas governistas, passando por cima do “prestígio” da presidente, decidiram se insubordinar e lutar.


A operação desmonte da maioria da direção da FASUBRA
Para conseguir desmontar a greve, após as diversas tentativas fracassadas, o governo se apoiou na direção governista da FASUBRA, para conseguir golpear num dos centros vitais da greve, que são as Universidades Federais. Uma vez que, corretamente, o ANDES/SN – assim como a CONDSEF - rejeitou a vergonhosa proposta de 15,8 % de aumento em três anos, que além de não repor nem a inflação manieta e amordaça os trabalhadores nos próximos anos, investiram nos dirigentes cutistas e da CTB da Federação dos Trabalhadores das Universidades Federais que aceitaram o acordo.
Para estarrecimento das bases, somaram-se a esse verdadeiro operativo-desmonte as direções da CSP-Conlutas e da Intersindical, (Vamos à luta) que de forma derrotista, e sem confiar nas bases e na força da greve, acharam que “não dava mais” e também aceitaram a migalha proposta por Dilma. Com esse indicativo do comando de Greve, com a única oposição dos companheiros da Unidos pra Lutar e do PSLivre, foram disputadas as assembléias pelo país afora, sendo que 42 assembléias aceitaram a proposta enquanto 16 a rejeitaram, mostrando a forte e boa resistência que existe nas bases desta categoria.

Uma boa medida da importância que o governo deu a esta “negociação-traição” é o espaço que ocupou na Rede Globo (Jornal Nacional) a notícia mostrando a reunião da maioria da direção da Fasubra com o governo costurando seu acordo. Também no Sinasef, dirigido pela Conlutas, a categoria dividiu-se meio a meio, o que demonstra que também essa entidade está sendo questionada por suas bases.
Pois o que aconteceu - um fato novo dentro do movimento sindical de esquerda - é que os dirigentes da Conlutas militaram e construíram o recuo, facilitando a tarefa do governo, da Tribo e da CTB, disputando pela aceitação da proposta e pelo fim da greve em todos os locais onde tem filiados ou influência.

Os professores da UNB, que se rebelaram contra a direção pelega do sindicato e impuseram uma nova assembleia com a massiva presença de 900 professores, a política de recuo da Fasubra ajudou a direita a passar sua proposta, sendo que os contrários ao que defendiam os governistas do Proifes e da Fasubra só perderam por 33 votos, demonstrando a fortaleza que ainda tem a greve!
Para continuar a luta e triunfar temos que concluir que com direções de “esquerda” como estas, que no momento mais forte da greve decidiram se somar à direita do movimento sindical e à manobra do governo, não podemos lutar para vencer.

Como afirmou no texto o companheiro Everaldo Araújo do SINTUFEPE no texto que fez público: “Num momento em que está mais quente a temperatura das diversas greves no Serviço Público, a DN-Fasubra orienta as bases à rendição ou recuo”. [...] Não podemos abandonar a luta por causa de seus dirigentes, mas mudar os dirigentes para a luta ser mais consistente.”


FORTALECER AS GREVES E CONSTRUIR A UNIDADE PARA TRIUNFAR!
A cada dia atos radicalizados se sucedem nas diversas capitais. O que indica que nossa greve tem fôlego. Tem fôlego também, pois é evidente que não falta dinheiro para nosso aumento, mas trata-se de decisões políticas: o governo Dilma do PT/PMDB privilegia pagar os juros da dívida aos banqueiros ou dar dinheiro para as empreiteiras que bancam as campanhas da maioria dos partidos, ao invés de investir nos servidores e em serviços públicos de qualidade para maioria da população.
No entanto, não temos ainda uma coordenação das diversas entidades para que as greves, os atos, os comandos e as negociações sejam unificados, o que nos daria uma força decisiva para derrotar a política salarial do governo e impor que não pague os agiotas para investir nas necessidades da maioria da população trabalhadora. Mas com certeza, esta unidade é o que não querem as direções governistas, e as como a da Conlutas e a de Vamos a Luta, que se somaram ao operativo-desmonte.
Por isso é decisivo impor desde as bases essa unidade! Devemos exigir uma plenária nacional das categorias em greve, em primeiro lugar do setor público, mas procurando também coordenar com todos os setores em luta. Por exemplo, no dia 05 de setembro está convocado um dia de luta dos trabalhadores dos correios: pode ser uma oportunidade para um dia nacional de luta, com fortes atos unitários em todas as Capitais. Dessa forma iremos construindo as condições para uma verdadeira GREVE GERAL.
Uma última reflexão para todos os companheiros de luta: nas próximas eleições do dia 7 de Outubro, não vote nos candidatos governistas nem dos partidos que nos traem na greve!

-DINHEIRO PARA SALÁRIO, SAÚDE, EDUCAÇÃO E SERVIÇOS PÚBLICOS DE QUALIDADE! NÃO PARA BANQUEIROS E EMPREITERAS!
-FORTALECER A GREVE E A UNIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS! UNIFICAR COM TODAS AS CATEGORIAS EM LUTA!
Unidos pra Lutar – Associação Nacional de Sindicatos Independentes –
Rio de Janeiro - 24 de Outubro de 2012
Data de Publicação: 25/08/2012 23:00:02

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