Fomos surpreendidos nesta segunda-feira com uma pichação em frente a nossa sede que diz: “Viva Maduro! Abaixo o imperialismo! CST = CIA”.

Nossa organização é parte do setor da esquerda que não apoia a política do governo venezuelano e nem a direita organizada na MUD. Agora mesmo estamos divulgando a convocatória de um encontro sindical e popular visando construir uma saída alternativa e de independência de classe naquele país. Na própria Venezuela, Maduro acusa a esquerda que se opõe ao seu projeto de “contrarrevolucionária”, fazendo com que alguns de seus adeptos pelo mundo reproduzam esta visão pelo mundo.

Além disso, essa provocação é recheada pela calúnia de que somos iguais ao imperialismo. Todos sabem que a CST possui uma longa tradição de combate contra o imperialismo e a CIA, por isso também estamos na oposição de esquerda ao governo Dilma já que é um agente da Casa Branca e do imperialismo Europeu em nosso país.

Nossa posição independente sobre Venezuela e nossa não capitulação ao Chavismo e ao Lulismo gerou a ira de alguns provocadores. O método de intimidação para impedir o debate político e a desqualificação das organizações políticas com as quais se diverge infelizmente não vem de hoje. O stalinismo sempre agiu assim. A postura de atacar as sedes e os militantes das organizações trotskistas que lutam contra governos de conciliação de classes não foi inventada pelos provocadores que pixaram nossa sede, eles apenas buscam seguir esta tradição nefasta.

Queremos discutir respeitosamente com toda a esquerda brasileira qual o projeto que temos que defender. Em nossa opinião, um governo em conjunto com a burguesia não serve aos trabalhadores. Muitos grupos capitalistas como, por exemplo, Gustavo Cisneros, apoiam o governo Maduro. O ditador sírio Bashar Al-Assad também. As greves dos trabalhadores muitas vezes são reprimidas pela própria Guarda Nacional, subordinada a Maduro. Recentemente, dirigentes sindicais petroleiros foram presos a mando do governo por estarem panfletando exigindo direitos trabalhistas. Maduro também acaba de assinar um pacto na “Conferencia por la paz” em conjunto com o presidente da Fedeindustrias, Miguel Abad e Jorge Roig, presidente da Fedecámaras, as maiores federações patronais da Venezuela. Ou seja, se trata de um projeto de conciliação de classes.

O debate político e o confronto de ideias é o que defendemos. A intimidação das organizações, tentando vinculá-las ao imperialismo e a CIA, abre margem para os ataques pela força física da qual muitas vezes os trotskistas fomos vítimas. E por isso não as toleramos e as denunciamos!

Este método de pichar a frente das sedes de outra organização, independente da posição política frente ao governo venezuelano, deve ser combatido e rechaçado por todas as organizações sérias da esquerda. O método de atacar as sedes de quem discorda de nossa opinião utilizando de mentiras, não é aceitável entre organizações de esquerda e dos trabalhadores. Este é o método de nossos inimigos. É o que fazem os governos da burguesia como aqui no RS quando a mando de Tarso a polícia invadiu a sede da Federação Anarquista Gaúcha e a polícia civil até a casa de companheiros do Juntos e da ANEL.

Nós da CST-PSOL, seguiremos em cada luta dos trabalhadores e da juventude, enfrentando as políticas dos governos que atacam os direitos dos trabalhadores, e lutando pelo nosso direito de opinar e discutir abertamente com todas as organizações de esquerda a nossa visão e o nosso projeto de que os trabalhadores e o povo governem sem conciliação com nenhum setor burguês, diferentemente do que fez Chavez e faz Maduro na Venezuela. Chamamos a que o Bloco de Lutas, juntamente com os partidos e organizações da esquerda, bem como os grupos anarquistas e anticapitalistas de nosso estado se pronunciem condenando este lamentável episódio.

Provocadores, suas ameaças e calunias não nos calarão! Seguiremos nossa luta, até o socialismo sempre!

Porto Alegre, 11/03/2014,
Corrente Socialista dos Trabalhadores - PSOL