VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES/AS DE PANRICO
Estado Espanhol: uma luta que faz história e que não pode ser derrotada
Fonte: Tradução Felipe Melo
VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES/AS DE PANRICO

5/03/2014, de Lucha Internacionalista do Estado Espanhol

A luta de Panrico é uma referência de luta que levanta simpatia e ganha solidariedade dos aposentados, jovens estudantes secundaristas, entre os trabalhadores (as) de outras empresas ou em greve. Sair do isolamento e do anonimato era uma tarefa imprescindível e, está sendo possível, além dos quatro meses em greve, por causa dos debates, manifestações, atos de apoio. É um bom passo para conseguir o objetivo central da luta: nenhuma demissão e nenhum direito retirado.

O Governo de Catalunha fala pela empresa, todos sabem disso, mas até agora estava silenciada a relação de Joan Mas, irmão de Artur Mas, como diretor da empresa Panrico. Por isso, quando a empresa propõe o governo com um árbitro intermediário, está escolhendo um árbitro que está do seu lado. O governo não tem dúvida em mandar os policiais para uma operação que visava tirar nove trailers da empresa com produtos dos trabalhadores, sem ter pagado os salários, mas não faz nada para defender o direito de greve, violado pela empresa como já constatou o Ministério do Trabalho em janeiro. A empresa vende uma terça parte da sua produção na Catalunha. As grandes lojas estão cheias de produtos de Panrico, ao mesmo tempo em que não há ninguém trabalhando. O governo só se verá obrigado a atuar contra a empresa quando tornamos evidente para o povo este problema político. Por isso devemos botar sob a responsabilidade do governo a demora para que se resolva este conflito. Temos que aumentar a campanha de exigências que começaram os deputados da CUP-AE e IC/EUiA, com os conselheiros da CAV e a FAV de Sabadell. Desde todo o território, dos cargos eleitos, das associações de vizinhos, partidos, sindicatos, há que multiplicar a campanha de cobrança e solidariedade.

Depois desta manifestação de Barcelona, a luta segue com o julgamento que ocorrerá em Madrid no dia 20 de março. Dia 22 de março também estão sendo convocadas marchas de apoio. Há que seguir espalhando a luta para o resto do país, como já começou com Navarra e a asturiana Monroe -Teneco-, agora com contatos com os trabalhadores de Coca Cola e outras empresas em luta. As administrações públicas (central e autônoma) funcionam com bombeiros e pressionam as empresas para resolver os conflitos porque temem que a luta operária se estenda, seja coordenada e ganhe mais força, e temem também que a luta de Panrico possa ser um exemplo para outras empresas que tentam demitir e diminuir salários e direitos.

Mas uma pergunta devemos fazer. Por que tanta passividade e poucas iniciativas da direção da CCOO, quando tem uma ampla maioria no comitê e uma grande quantidade de trabalhadores filiados em Santa Perpetua? Porque a luta que está ocorrendo em Panrico não se encaixa com a política sindical majoritária, que negociou e concordou com mais de 95% das demissões feitas por empresas nos últimos anos. A não participação efetiva da CCOO tem dificultado a luta, mas os trabalhadores estão se organizando da mesma forma.

Romper com esta dinâmica de resignação e pouca decisão na mobilização que tem imposto as direções sindicais e políticas majoritárias é uma urgência para toda a classe operária, pois se não tendemos a ver o aumento do desemprego, salários cada vez menores e sem serviços públicos. Temos tido um retrocesso grande, sem uma grande resistência. Necessitamos de uma vitória que sirva de exemplo para os trabalhadores, que se se luta de verdade, é possível derrotar os planos patronais. Por isso a classe trabalhadora espanhola hoje olha para Panrico, admirando sua capacidade e disposição de luta, e deseja que o conflito seja definido com vitória dos operários, pois se vence em Panrico, todos vencem.


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Estado Espanhol: uma luta que faz história e que não pode ser derrotada

De Lucha Internacionalista do dia 27/1/2014

A luta dos trabalhadores de Panrico de Santa Perpetua, termine como termine, ficará para a história do movimento operário da Catalunha e do Estado Espanhol. Quando escrevíamos esta nota, já haviam se passado 96 dias de greve indefinida.

Os trabalhadores mantêm a unidade e a força suficiente para continuar na porta da fábrica, sofrendo com o frio, comemorando as festas de natal e de fim de ano, mas, sobretudo enfrentando as provocações da patronal, que tenta desmontar a greve trazendo o produto para a Catalunha de outros estados. Esta situação foi finalizada com uma resolução da Fiscalização do Ministério do Trabalho, que em 8 de janeiro declarou que a empresa Panrico não respeita o direito de greve dos seus trabalhadores.

Por isso os trabalhadores e a sociedade devem exigir do governo catalão que faça efetiva a resolução da inspeção do Ministério do Trabalho e não deixe que os caminhões da empresa entrem na Catalunha e distribuam produtos feitos em outras fábricas espalhadas pelo país que não estão em greve, e que se constitua uma comissão de parlamentares que determine quanto a administração municipal e o governo catalão tem concedido em dinheiro público para a empresa com créditos baratos, benefícios fiscais e etc..., porque é notório que Panrico cresceu com o esforço dos seus trabalhadores e com o dinheiro público de todos.

Os trabalhadores enfrentam por um lado uma empresa parasitária, cujo único objetivo é tirar o maior benefício possível, no menor espaço de tempo, e para isso não tem problemas em despedir, baixar os salários e acabar com os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. No entanto, por outro lado enfrentam as direções das centrais sindicais majoritárias no Estado Espanhol, UGT e CCOO. O sindicato dirigido por Méndez-UGT referendou a proposta que apresentou a empresa na mesa de negociação, e os três delegados ligados a Toxo-CCOO fizeram o mesmo com a última proposta, que é a aplicada a todos os centro do resto do país, já rechaçada pelos trabalhadores em greve. Por ação - UGT -, ou por omissão - CCOO -, as direções destes sindicatos, Méndez-Toxo e Alvarez-Gallego, são os principais responsáveis de que as lutas de Panrico, da Catalunha e do resto da Espanha não logrem derrotar a patronal, pois deixam as lutas isoladas.

A unidade que se foi construindo desde as bases, com os trabalhadores e os diferentes grupos de apoio é fundamental que se mantenha e continue contribuindo com solidariedade e fazendo se tornar maior a caixa de resistência, ajudando nos piquetes informativos, chamando ao boicote aos produtos de Panrico, fazendo debates nas universidades, institutos, centros sociais ou o 1º encontro de empresas em luta em Sabadell. Temos que continuar unindo a classe que está em luta desde a base e seguir exigindo às direções de CCOO e UGT que organizem assembleias por empresas e lugares de trabalho, para discutir e aprovar um plano de luta para derrotar Panrico.

Se os trabalhadores de Panrico não conseguirem vencer e recuperar seus postos de trabalho, salários e direitos, não será porque não estão se esforçando ao máximo. Os responsáveis serão as direções sindicais de UGT e CCOO. Por isso temos que dizer a esses dirigentes que devem sair, para botar a frente das lutas os trabalhadores e trabalhadoras que encabeçam os protestos e que chamam a classe a definir tudo nas assembleias.

Luta Internacionalista está e estará com Panrico nas fábricas e nas ruas, assim como com todos os que se mobilizam e querem derrotar estes planos de demissões, rebaixamentos salariais e perda de direitos, com assembleias, unidade e dirigentes que lutam. Gamonal também mostra que com unidade e lutam podemos vencer.
Data de Publicação: 13/03/2014 11:20:16

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