Na audiência de conciliação realizada no Tribunal de Justiça em 7 de maio entre a APEOESP, Governo, Ministério Público e Tribunal de Justiça o governador não apresentou nenhuma proposta sobre a pauta de reivindicação dos professores. Além disso se recusou a aceitar a proposta apresentada pelo MP de reposição salarial da inflação e aumento real de 1% ou 2%.
Por conta disso os 40 mil professores presentes na assembleia do dia 08.05 deliberaram pela continuidade da greve. Após o termino da assembleia ocorreu uma passeata em direção a marginal pinheiros, onde os professores ficaram em torno de uma hora ocupando a pista que vai em direção a Marginal Tietê.

Nossa greve reivindica a recontratação de mais de 21 mil professores demitidos através da “duzentena”, reabertura de 3.5 mil salas de aulas, e equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Já são mais de 555 dias de greve e estima-se que mais de 50% da categoria esteja em greve, sendo que nos dias de assembleia o número de professores parados chega a mais de 75%.

Ministério Público e Tribunal de Justiça reconhece nossa greve

O Ministério Público Estadual manifestou-se favorável à concessão de liminar à APEOESP para que não sejam descontados os dias parados na greve dos professores estaduais. No dia 07.05 o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo emitiu parecer favorável a mesma liminar. Que pese todos esses pareceres favoráveis o governador cortou o ponto dos professores, em torno de 50% a 75% do salário foi retirado da folha de pagamento.

Infelizmente na sexta feira o governador conseguiu cassar a liminar e A APEOESP impetrou nesta segunda-feira, 11, reclamação junto ao Supremo Tribunal de Justiça pelo descumprimento no Estado de São Paulo da decisão do STF sobre direito de greve e desconto dos dias parados. Aguardamos nomeação do juiz relator, que pode ocorrer nesta terça-feira, 12 de maio.


Alckmin não tem proposta nenhuma aos professores

Nossa greve iniciou por que o governador apresentou na proposta de orçamento do estado para esse ano um reajuste de 0%. E diante desse fato iniciamos nossa greve em março como está previsto em nossa data base. Ao iniciarmos nossa greve Alckmin (PSDB) falou que só poderia responder nossas reinvindicações em Abril, pouco tempo depois falou que apresentaria uma proposta em Maio, na última semana o governador falou que só apresentará proposta em julho. Isso só demonstra que não existe proposta alguma sobre nossa pauta de reivindicação.

Greve ganha apoio e professores usam métodos radicalizados

O movimento conseguiu chamar a atenção da sociedade através de ações radicalizadas, bloqueios ou trancaços de rodovias nos dias de negociação com o governo e nos dias de assembleias regionais e estaduais tem sido destaque. Assim como o “Caça Alckmin”, em todos os eventos oficiais, imprensa noticiou no dia 14.04: “Professores em greve hostilizam Alckmin”, no dia 22 o governador desmarcou um evento oficial em Taboão da Serra porque professores estavam esperando sua chegada, no sábado 25, Alckmin foi vaiado em Saltinho, região de Piracicaba. Incomodado, Alckmin falou que pagou bônus e que aumento foi há 8 meses, tudo para esconder que professor com 24 h/aula que trabalha outras tantas horas preparando aulas e corrigindo provas ganha um salário base de menos de 1.500 reais, sendo que está obrigado a ter diploma universitário para dar aulas, e que a educação está cada vez mais sucateada piorando as condições de trabalho.

As torcidas organizadas também estão se pronunciando a favor da greve, a Gaviões da Fiel, do Corinthians, declarou “total apoio à greve dos professores, considerando sua causa de extrema importância” eabriu uma faixa durante o jogo do Campeonato Paulista entre o XV de Piracicaba e Corinthians. A Leão da Fabulosa, da Portuguesa publicou no Face, "mantendo sua vocação democrática e de lutas ao lado do povo e animada pelo espírito do grande Paulo Freire, declara apoio total e incondicional à greve dos professores do estado”. A TUP, torcida uniformizada do Palmeiras, declarou “total apoio à greve dos professores do Estado”.

A CNTE têm que se somar a Paralização Nacional do dia 29

Dia 29.05 as Centrais Sindicais estão convocando um dia nacional de paralização e manifestação. Infelizmente a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) não está se somando nessa convocatória. Exigimos que a CNTE também chame esse dia nacional de paralização com eixo na solidariedade aos professores em greve no Paraná, São Paulo, Pará, e todos os outros estados que estão enfrentando o ajuste dos governadores e prefeitos.

O sindicato e os comandos de greve devem convocar nossos alunos, pais e sindicatos de todas as categorias para as próximas assembleias, para mostrar que nesta greve não estamos sozinhos, temos aliados e não deixaremos o governador intimidar o movimento grevista.

JOVEM PROFESSOR MORRE APÓS MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES REPRIMIDA COM VIOLÊNCIA

O professor PAULO DANIEL, morreu nesta sexta, 24/04/2015, no retorno da assembléia dos Professores. O professor estava em em ônibus fretado pela APEOESP que se dirigia para cidade de Diadema na grande São Paulo, Daniel Souza Ferreira, de apenas 29 anos, estava inconformado com o descaso da SEE e revoltado com a ação da tropa de choque que tratou os professores como "delinquentes". Problemas enfrentados no dia a dia e o "strees" do ocorrido na manifestação provocaram mal estar no jovem professor que foi socorrido pelo SAMU ainda no bairro do Ipiranga, mas terminou falecendo.

PROFESSORA SIMONE PRESENTE
Também queremos homenagem a professora Simone Rodrigues, de Artes, da escola Asa Branca (Itapecerica da Serra), que esteve junto conosco nessa heroica greve. Sua luta não foi em vão e nós aqui em terra continuaremos essa luta em defesa da educação pública.