AVALIAÇÃO DA MARCHA NACIONAL DA EDUCAÇÃO EM GREVE
Fonte: Corrente Socialista dos Trabalhadores CST /PSOL - UIT - QI

Após mais de 40 dias de greve, nos dias 07 e 08 de julho, mais de 3 mil grevistas das universidades realizaram uma importante marcha em Brasília. O objetivo da ação era mostrar a força do movimento paredista, que conta com 100% dos técnicos das universidades parados e mais de 60% dos docentes em greve, assim como universidades com estudantes fazendo fortes greves, principalmente no Rio de Janeiro. A marcha se deu no momento de crescimento da greve do funcionalismo, com entrada na greve do Judiciário Federal, da Saúde Federal e às vésperas da greve dos institutos federais e CEFET’s. A marcha marcou o repúdio das bases, que recusaram o acordo “CASAS BAHIA” apresentado pelo governo de 21,3% parcelado em quatro anos.

A Marcha do dia 07

Dia 07, a ação foi unificada, com FASUBRA, ANDES, SINASEFE, Oposição de esquerda da UNE e ANEL e expressou muita força. Já pelas primeiras horas da manhã do dia 07 centenas de técnicos, docentes e estudantes chegavam a Brasília. A marcha contou majoritariamente com os técnicos das universidades em greve, com uma boa delegação de estudantes e de docentes do ANDES. O SINASEFE, com indicativo de greve para o dia 13/07, compareceu com uma coluna no ato. O balanço da marcha é bastante positivo, pois mostrou a força da greve nas universidades e o protagonismo dos técnicos. A unidade dos setores da educação em greve rompeu com o bloqueio da mídia, e logo após o término do ato já havia matéria nas redes dando ênfase à “manifestação dos técnicos das universidades na Esplanada dos Ministérios” (globo.com 07/07/2015) e, no dia seguinte, foi capa do principal jornal de Brasília, divulgando a rejeição à proposta pelos grevistas e o enfrentamento dos trabalhadores à política de ajuste fiscal do governo Dilma (Correio Braziliense 08/07/2015).

Reunião com MPOG

Na parte da tarde, os técnicos-administrativos seguiram para a porta do Ministério do Planejamento onde estava marcada reunião com as entidades do Fórum das Entidades Federais. A reunião começou com duas horas de atraso, por conta de uma manobra do governo de inchar a reunião com outras entidades que não faziam parte do Fórum, com o intuito de pressionar pela aceitação da proposta rebaixada. Após a resistência do “Fórum”, o governo teve que recuar e manter o protocolo anteriormente acertado entres as partes.
Na mesa de negociação não houve avanço por parte do governo na apresentação de uma nova proposta, ficando apenas na tática de toda mesa, de demonstração de possibilidades sobre a redução da periodicidade do percentual apresentado e demais benefícios, como saúde, alimentação, etc., mas nada de concreto. Ou seja, enquanto o governo Dilma privilegia o agronegócio, as empreiteiras e os banqueiros, com a sangria de 47% do orçamento destinado ao pagamento de juros e amortização da dívida, apresenta migalhas aos trabalhadores, de forma parcelada, que além de não repor as perdas inflacionárias, ainda visa ao engessamento do movimento pelos próximos anos.
A marcha foi importante, mostrou força, mas foi insuficiente para o governo de fato negociar. Porém devemos avaliar que a marcha poderia ser maior, poderia ter se articulado com o judiciário que está numa greve forte e numa data posterior, que efetivamente conseguissem levar mais grevistas, como os do SINASEFE e FENASPS. Por isso, a tarefa daqui em diante é a busca intensa da unidade pelos estados e em Brasília com todos os setores em greve dos SPF’s. Não se deve cair nas velhas manobras dos governistas que sempre procuram isolar cada categoria em greve, para assim amenizar o enfrentamento ao governo Dilma. Na FASUBRA, onde a greve está mais forte, a política dos governistas é empurrar para as mesas de enrolação especificas com o MEC para aceitar migalhas e reduzir a força da greve.

O crescimento da greve e as tarefas dos lutadores: UNIFICAÇÃO.

A greve cresce entre os servidores públicos: no Judiciário, segue em curso; no INSS, deu início em 07/07, com muita divulgação pelos meios de comunicação; o SINASEFE inicia sua paralisação no dia 13/07; e a CONDSEF, que possui 80% da base do funcionalismo público, indicou greve para o dia 22, apesar da política vacilante da direção majoritária da Condsef, que é governista. Em meio à crise política e econômica do governo Dilma, com a popularidade abaixo de 9%, inflação em ascendência e dificuldades não enfrentadas na gestão anterior em sua governabilidade, o governo do PT tenta a todo custo impedir uma greve federal, como em 2012. Na atual conjuntura, há a possibilidade real de termos ainda em julho uma greve geral do funcionalismo público!

Neste sentido, as direções das entidades cumprem um importante papel. A FASUBRA, que hoje é dirigida majoritariamente pelo Base PSTU e Vamos à Luta não podem cair na lógica corporativista da greve, deve apostar de fato na unificação das greves. Da mesma forma, os textos da greve não podem continuar poupando a política do governo Dilma, que é privatista, corrupto e conservador.
Vemos que é necessária uma mudança, a esquerda é maioria na FASUBRA, ANDES, SINASEFE e FENASPS, por isso não pode haver vacilações.
Neste contexto, segue como tarefa dos lutadores a construção da greve geral do funcionalismo federal, fortalecer a unidade entre os lutadores que querem enfrentar o ajuste fiscal do governo Dilma e todas as medidas que retiram direitos como a MP 680 (Programa de Proteção aos Empresários) que corta salário, medida respaldada pela CUT e Força Sindical.
Devemos também intensificar os atos unificados nos estados com as categorias em greve e os comandos unificados de greve para organizar e coordenar a luta dos trabalhadores. Devemos apostar na luta para derrotar a política de ajuste fiscal de Dilma/Levy, que deve se reverter em salário e investimento nas áreas sociais, principalmente em saúde e educação.

*Construir a greve geral do funcionalismo para derrotar o ajuste fiscal de Dilma/Levy!
*Dinheiro para reajuste salarial dos servidores e não para os banqueiros!
*Dinheiro para salários e não para corrupção!
*Abaixo a MP 680 que corta os salários dos trabalhadores!

12/07/2015
Corrente Socialista dos Trabalhadores CST /PSOL
Data de Publicação: 13/07/2015 08:37:13

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