O Senado promoveu no último dia 5 uma sessão solene em Homenagem aos 50 anos da Rede Globo. O senado é palco das figuras mais conservadoras do país, presidida por Renan Calheiros (PMDB) investigado por corrupção, conta ainda o ex-presidente Collor acusado na Operação Lava-Jato de receber propina de 26 milhões de reais, dentre outras velhas raposas.

Fundada em 1965, cerca de um ano após o golpe militar, a Rede Globo nunca escreveu qualquer linha sobre a tortura, prisões e mortes de militantes perseguidos durante esse período, sendo sempre conivente com o regime. Também deixou sua marca nas eleições presidências de 1989 editando e armando contra Lula no ultimo debate antes da eleição daquele ano em apoio a Fernando Collor. Na década de 1990 a Globo exibia diversas reportagens emitindo opiniões contrárias a ocupações de terra feitas pelo MST, da mesma maneira que hoje criminaliza as ocupações do MTST e as demais lutas da classe trabalhadora.

Nas jornadas de Junho de 2013, em um primeiro momento condenou os manifestantes como inconsequentes e rebeldes sem causa através do jornalista Arnaldo Jabor, depois de forma oportunista tentou se aproveitar das manifestações multitudinárias expressando apoio às massas. Em contrapartida a emissora era massivamente rejeitada, chegando a ocorrer manifestações em suas sedes pelo país. A democratização da mídia levantada nas ruas atinge fundamentalmente a Globo e seu monopólio.


Governos do PT financiam a Rede Globo

Segundo dados do UOL a emissora recebeu 6,2 bilhões de reais em publicidade federal durante os últimos doze anos de governo petista, montante superior em cinco vezes às demais emissoras. Isso só reafirma o caráter conservador e de direita que tem o governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB). Os governos do PT nunca se propuseram a discutir a Democratização da Comunicação no país e ao contrário estão junto com coronéis da mídia.


Randolfe novamente envergonha o PSOL

O senador Randolfe mais uma vez envergonhou a militância do PSOL, visto que em discurso no Senado salientou a importância de um veículo como a Rede Globo, “Quando nós temos um patrimônio superlativo, isso é motivo de orgulho para o Brasil”. Na contramão dos rechaços de junho e de milhares de ativistas pelo país, Randolfe expressou admiração a um órgão que combatemos na luta cotidiana.

A Rede Globo sempre foi defensora da burguesia e um de seus instrumentos para atacar os trabalhadores, ao contrário do que diz Randolfe, não nos orgulha um mecanismo de alienação e de apoio à aplicação de duras medidas de ajuste contra o povo como tem feito Dilma, governadores e prefeitos em todo o país.

Randolfe ainda cita a importância da emissora em momentos de crise para “formar culturalmente o povo e respeitar a liberdade democrática, abrindo os debates ao publico”. Escondendo que a Rede Globo hoje é uma entusiasta e defensora da conformação do bipartidarismo, muito semelhante ao dos Estados Unidos, entre PSDB e PT, que excluiria também do jogo democrático os partidos da esquerda e consequentemente o PSOL.

A militância do PSOL não só é contraria a posição de Randolfe como espera um posicionamento firme e definitivo da Direção Nacional do partido sobre mais esse ato em desacordo com o que pensa a base partidária. Não podemos mais aceitar o desrespeito e as posições antagônicas de Randolfe, que vai desde aliança com coronéis do Amapá a capitulação frente à Rede Globo. Definitivamente Randolfe não cabe no PSOL.